Discurso feito pelo Senhor
Deputado Rubens Pereira Júnior (PCdoB/MA)
Na Sessão de 03/11/2021
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, nos termos do Regimento Interno, e dada a impossibilidade de leitura em plenário, solicito a V.Exa. que seja dado como lido, para efeito de registro nos Anais desta Casa, este discurso de minha autoria.
O Brasil, que já foi referência em vacinação, está chegando ao fim de 2021 com as piores coberturas de vacinas infantis dos últimos 25 anos. Apesar de toda estrutura do Sistema Único de Saúde (SUS), a vacinação contra Poliomielite e BCG – contra tuberculose despencaram.
Para se ter ideia, as imunizações contra poliomielite, BCG, Hepatite B, Rotavírus, Meningite, Hepatite A e Tríplice viral alcançaram aproximadamente 70% da população. Em anos anteriores, algumas imunizações (como Poliomielite e Meningite) ultrapassaram 100% de cobertura do público alvo. Os dados são da agência de dados Fiquem Sabendo, que cruzou informações públicas do Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde, desde 1994 até os dias atuais.
A pandemia de Covid-19 impactou este cenário de vacinação, mas as causas são anteriores à crise sanitária. Entre elas, a crescente onda de fake news e desinformação na internet; e a falta de campanhas informativas e de conscientização. Esses fatores têm ampliado o abismo entre sociedade e a vacinação – não somente nas crianças, mas também adolescentes e gestantes.
Recentemente, o Ministério do Trabalho publicou portaria que proíbe empresas de exigirem dos funcionários comprovantes de vacinação contra a Covid-19 e também de demiti-los, caso se recusem a vacinar. Contraditório, o Governo Federal determinou que a empresa que demitir o funcionário não vacinado deverá pagar salário em dobro. Como advogado, é importante argumentar que a saúde da coletividade se sobrepõe ao direito individual de optar por tomar ou não a vacina. Portanto, Bolsonaro age conscientemente na contramão do enfrentamento.
Não há dúvidas que o presidente Bolsonaro favorece e influencia este cenário catastrófico, afinal ele descredibiliza a vacinação. Viajou sem ser vacinado, comeu pizza em pé nas ruas de Nova York, aglomerou, realizou motociata, desprezou o uso de máscaras, não comprou vacinas, reduziu drasticamente os investimentos em Educação e Ciência e, vergonhosamente, se ausentou das negociações da Cúpula do Clima, em Glasgow (COP26). Não é à toa que a aprovação do presidente brasileiro vai de mal a pior, dentro e fora do Brasil.
Mesmo sendo a maior autoridade do Brasil, Bolsonaro não dá exemplo, muito menos é um exemplo a ser seguido pelas crianças e jovens. As fake news do presidente deixam a sociedade doente e o presidente do Brasil é responsável direto pela morte de 600 mil brasileiros.
Era o que tinha a dizer.
Deixe seu comentário